quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Despedidas


  Tive que dizer adeus mais vezes que gostaria. Mas todo mundo pode dizer isso. E não importa quantas vezes façamos isso, mesmo quando é uma força maior, sempre é ruim. E mesmo que nunca esqueçamos do que estamos abrindo mão, devemos a nós mesmos seguir em frente. O que não podemos fazer é viver nossas vidas com medo do depois do adeus. Porque as oportunidades não vão parar. O truque é reconhecer quando o adeus é uma coisa boa. Quando é uma chance de um recomeço.

  E tenho dito,
      Lipe.

P.S.: ao Fabio, que teve que dizer adeus às duas pessoas mais importantes na vida de qualquer pessoa.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Selvagens

 Eu acabei de sair do cinema. Acabei de ver um filme que pode nos mostrar futuramente. Cheio de selvagens. Pessoas que não sabiam o que estavam fazendo. Que simplesmente acreditam em si mesmos, e que podem estraçalhar tudo que veem pela frente, se isso for interessante.


 Creio que a maioria que viu o filme, ou tenha um raciocinio compativel ao meu, esteja pensando que os selvagens dos quais eu estou falando não são os nativos, mas sim os extraterrestres.

 O nome do planeta é Pandora. É habitado por uma raça azul, de aproximadamente 3 metros de altura, com modo de pensar, sentimentos, crenças e valores. Posso dizer que valorizo mais os valores deles do que os nossos.
 É uma raça que vê a selva, o lugar em que eles vivem, com amor, com respeito, enxergando uma rede, que liga a tudo e a todos, que nos empresta energia e pega de volta quando chega a hora. É exatamente tudo que nos cerca. Pertencente a uma energia muito poderosa. Uma divindade, a Grande Mãe, já naquela época não mais existente na Terra. Simplesmente porque a natureza foi devastada na Terra.
 O filme começa aos olhos de um soldado que acorda depois de 6 anos durmindo numa câmara de conservação, dentro de uma nave, que vai mandá-lo pro tal planeta, chamado Pandora. Lá dentro, o exército não passa de um bando de mercenários, que vão fazer o trabalho sujo por um mineral que deve ser extraído pra gerar energia na Terra.
 O soldado, por intermédio de um híbrido criado a partir do DNA de humanos e dos Na'vi (os nativos), acaba conhecendo e se apaixonando por uma Na'vi. Com ela, ele aprende seus costumes, sua lingua, e a respeitar tudo que vem da natureza. Eles sabem que eles vem dela, e que se ela acabar, eles também acabam.
 É incrível como a gente é insano. Como a gente é inteligente e insano. É incrível o que a gente faz por um simples pedaço de qualquer coisa, seja por papel ou seja por metal, seja uma cédula ou uma moeda, seja lá quais forem os nossos valores, nós os perdemos totalmente por coisas tão pequenas. Nós tiramos vida, por uma coisa tão pequena.
O pedacinho insignificante de Pandora.

 Não tem como eu falar completamente o que eu sinto sobre esse filme. Eu senti a agonia deles, o desespero, eu senti a alegria, eu senti a fé, eu senti o filme.

 E tenho dito,

 Lipe.

  P.S.: O único filme que me fez chorar. Quatro vezes.

 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Tempo

Diz-se que o tempo pára quando a gente aproveita. Por isso tudo o que é bom dura pouco. A gente simplesmente não passou.
Diz-se que o tempo é relativo, portanto ele só passa pra quem quer vê-lo passar. Antes fosse...
Diz-se que o tempo mata, mas eu discordo. O tempo passa. Nós é que morremos.
Diz-se que o tempo nada mais é do que uma fantasia que criamos. Pode ser.
Diz-se que o tempo só foi criado pra sermos mais organizados. Bem, então ele nos foi util e inutil ao mesmo tempo.
 Útil pois podemos marcar compromissos, cronometrar processos, limitar alguma coisa.
 Inútil, pois ele cria a impressão (ou ilusão) de que estamos velhos, inúteis, enrugados, acabados, ultrapassados.
 O tempo não nos faz viver o momento, não nos faz rever o passado, nem presente, nem futuro. O tempo não nos cria, o tempo não nos alimenta, não nos faz andar. O tempo é realmente uma ilusão. Ele não nos envolve, ele não nos cerca. Ele não está dentro da gente. Nós não somos ninguém para controlá-lo.
 Mas houve uma era em que ele não existia. Simplesmente não existia. Talvez o sol nascia, se punha, e o mesmo com a lua, e sempre era o mesmo dia.

 Belos tempos aqueles, imagino eu. Belos como uma praia limpa, ou um vento suave, que balança os cabelos da garota que nos faz sonhar.

P.S.: É aqui que eu termino.