quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Máscaras

People use to smile.

Percebi que não preciso de fotolog. Tenho esse blog há mais tempo, e ele tem a mesma função pra mim. E é mais útil, porque aqui eu não libero só raiva, mas ajudo as pessoas a refletirem no próprio meio que estão, uma vez que a maioria se identifica. Apesar disso, é sobre elas que vai se direcionar o post de hoje: pessoas. E quem me conhece, sabe que todos os meus posts tem um nível de filosofia.
 Não sei se tem muito a ver com nossa natureza desde que nascemos, ou se desenvolvemos isso enquanto crescemos: Egoísmo. Todas as nossas atitudes são baseadas nisso. Nós sempre corremos atrás de coisas absurdas, e concordamos com coisas absurdas, pela esperança de no fim, haver uma compensação, um benefício, algo que queremos ou precisamos. Inegavelmente, isso é uma amostra de egoísmo. Mas eu penso mais longe.
 Digo que realmente, todas as nossas ações e reações são baseadas em vontade de benefício. Quando perdemos uma pessoa, seja a morte ou separação por qualquer outro motivo, e essa pessoa era significante, dói muito. Mas afinal, por que dói? Dói porque aquele espaço que a pessoa preenchia dentro da gente, vai ficar em branco, vai ser um espaço que vai ficar vazio, e ninguém vai poder preenchê-lo. No fim, não choramos pela pessoa que vai, mas por nós mesmos.
 E quando temos um problema e precisamos resolvê-lo, temos amigos que nos ajudarão para que seja compensado em mais amizade. Quando um desconhecido tem problemas, não vamos ajudá-lo, pois simplesmente não nos importamos. Não culpo a ninguém por isso, pois me incluo.
 Hoje em dia, tentamos ser mais humanos quanto possível. Mas esquecemos que a humanidade não é feita de emoções, mas de instinto.
  E tenho dito,
  Lipe.

PS: O título é subjetivo. Só uma pessoa sabe o porquê dele.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Fábrica de Horrores

   Sabemos que a humanidade, desde o começo, não passa de uma classificação para um bando animais, e a sociedade a qual pertencemos é um zoológico disfarçado. No fundo, sabemos que nosso instinto é o que governa nossas ações, e a razão de nossas reações.
   Hoje em dia nos comportamos como superiores por termos o dom da consciência. Na verdade, tal dádiva não passa de uma maldição. Ela nos interrompe em momentos de medo extremo, junto com o instinto, nos impedindo de seguir em frente e evoluir. Mas afinal, se somos um bando de animais, nossa única missão nessa terra é sobreviver e multiplicar.
   E nessa de multiplicar, a beleza é muito mais fundamental que qualquer outro aspecto psicológico ou sentimental, é um fator físico hiper influente. Faz parte do que nos somos escolher o melhor, e o melhor é o que nos é imposto pela sociedade, por sermos seres sociais. Não há beleza relativa, e a perfeição é pré-definida, enquanto nascemos e crescemos em meio a esse conceito.
  E viramos seres frustrados por muitas vezes não nos encaixarmos nos padrões sociais necessários para obtermos o título de perfeição, ou por não conseguirmos alguém que possa ser assim.
   Então, a sociedade descobriu na medicina a arte da cirurgia plástica, e foi a partir daí que se tornou uma fábrica de Barbies inexpressivas e Kens sorridentes, e todo tipo de idealização estética.
   Concluímos em meio a isso tudo que os padrões são necessários para haver uma sociedade de incluídos e excluídos, de privilegiados. Imperfeições não são aceitas na sociedade superficialmente idealizada, e isso é um fato comprovado, seja ele aceito ou não. Contudo, o que nos faz gostar de uma pessoa pode não ser um fator físico, mas a massa está longe de ver tal conceito, considerando a alienação à qual ela se encontra.

E tenho dito,
  Lipe.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Kaliban

 Depois de levantar a cabeça do travesseiro sem um pingo que seja de saudade de seja lá quem for, eu me questiono se minha natureza é ser fria. E minha resposta racional é não. Portanto, é bem provável que sim, que nosso instinto como defesa seja não sentir mais nada depois de tanto sentimentalismo. E nos esconder nossa própria natureza.
  Nossa racionalidade, aquele conjunto de valores que vamos ganhando enquanto crescemos, inclusive o conceito de certo e errado. É esse o problema. Somos programados para perder nossa verdadeira natureza, algo que ganhamos que vem antes da primeira coisa que ouvimos quando nascemos, ou o que vemos na primeira vez que abrimos os olhos. Vem antes de toda essa exterioridade. Algo que morremos sem conhecer, ou talvez só conheçamos antes de morrer.
  O que eu tomo por espiritualidade explica que quando nascemos, trazemos cargas e lições a aprender e ensinar. Mas cá entre nós, não é disso que eu digo, é muito menos complexo, talvez nem devamos levar para um lado não-racional.
 No sentido mais brutal, eu digo que somos verdadeiros animais, selvagens e floridos. Selvagens por ainda competirmos para sobreviver, ter prestígio ou aquela mulher gostosa que você viu na faculdade. Afinal, que mal há em conquistar algo tão cobiçado? Nada, muito pelo contrário, não condeno minha própria natureza. Mas quero chegar a pessoas que se acomodaram a olhar a briga e ganhar o prestígio sobre as cabeças dos prejudicados. Afinal, é pra isso que eu quero uma boa formação.
  Está correndo em nossas veias todo esse instinto de sobrevivência, tanto que somos mais bárbaros que até o animal mais irracional do planeta. Isso se não formos nós os tais animais. 
  Somos floridos porque conseguimos inventar uma maneira mais civilizada de exercer esse joguinho. Veja só, conseguimos empresas exploradoras, suicidas, hipócritas, poetas entediados com a vida e todos os seus Kalibans e Ariels. Claro, também não podemos nos esquecer das emissoras alienadoras. Qual era mesmo o nome daquela garotinha que foi jogada da janela do apartamento, fato que tanto nos chocou e revoltou? Esquece, a moda da vez é torcer para o Dourado ganhar o BBB 10.
  A indústria nos envolve, não podemos viver sem ela. Estou escrevendo o rascunho dessa postagem em uma folha de caderno que eu comprei na papelaria, vestido com o jeans que eu comprei na loja de roupa, a camiseta da escola que eu tive que comprar. Paguei para ser uma propaganda viva. Por que? Porque é fácil comprar.
  Qual era mesmo o nome da garotinha jogada na janela do apartamento, fato que tanto nos chocou e revoltou?
Eu que desenhei rs

sábado, 6 de março de 2010

Ciclo

  Acordar, abrir os olhos, imaginar o que está por vir, levantar, calçar os chinelos, escovar os dentes, tomar banho, se barbear.
  Vestir-se, beijar a esposa, preparar o próprio café, ler as desgraças no jornal, ouvir reclamação sobre a pia da cozinha, perder a paciência, ver a bagunça do quarto do filho, entrar no carro, levar a esposa para o curso de bordado, o filho à escola, ir para o trabalho.
  Entrar no escritório, somar contas e mais contas, ouvir reclamação do chefe, somar contas e mais contas.
  Sair para o almoço, comer o que dá tempo e dinheiro para comer, ouvir fofoca dos funcionários sobre os funcionários, pagar o almoço.
  Voltar para o escritório, somar contas e mais contas, ouvir mais reclamação do chefe, reparar na nova estagiária na tentativa desesperada de sair da maldita rotina. Rezar para chegar 18:00.
  Entrar no carro, buscar o filho, ir para casa, ouvir o dia da esposa, as reclamações previsíveis.
  Tomar banho, jantar, assistir tragédias e mais tragédias no noticiário, e depois aquele reality show cuja vida dos participantes é mais interessante. Levantar do sofá frustrado, tomar banho, escovar is dentes e ir para a cama.
  Ouvir mais reclamações da esposa, adormecer com o eco de sua voz na cabeça.
 Acordar, abrir os olhos...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Despedidas


  Tive que dizer adeus mais vezes que gostaria. Mas todo mundo pode dizer isso. E não importa quantas vezes façamos isso, mesmo quando é uma força maior, sempre é ruim. E mesmo que nunca esqueçamos do que estamos abrindo mão, devemos a nós mesmos seguir em frente. O que não podemos fazer é viver nossas vidas com medo do depois do adeus. Porque as oportunidades não vão parar. O truque é reconhecer quando o adeus é uma coisa boa. Quando é uma chance de um recomeço.

  E tenho dito,
      Lipe.

P.S.: ao Fabio, que teve que dizer adeus às duas pessoas mais importantes na vida de qualquer pessoa.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Selvagens

 Eu acabei de sair do cinema. Acabei de ver um filme que pode nos mostrar futuramente. Cheio de selvagens. Pessoas que não sabiam o que estavam fazendo. Que simplesmente acreditam em si mesmos, e que podem estraçalhar tudo que veem pela frente, se isso for interessante.


 Creio que a maioria que viu o filme, ou tenha um raciocinio compativel ao meu, esteja pensando que os selvagens dos quais eu estou falando não são os nativos, mas sim os extraterrestres.

 O nome do planeta é Pandora. É habitado por uma raça azul, de aproximadamente 3 metros de altura, com modo de pensar, sentimentos, crenças e valores. Posso dizer que valorizo mais os valores deles do que os nossos.
 É uma raça que vê a selva, o lugar em que eles vivem, com amor, com respeito, enxergando uma rede, que liga a tudo e a todos, que nos empresta energia e pega de volta quando chega a hora. É exatamente tudo que nos cerca. Pertencente a uma energia muito poderosa. Uma divindade, a Grande Mãe, já naquela época não mais existente na Terra. Simplesmente porque a natureza foi devastada na Terra.
 O filme começa aos olhos de um soldado que acorda depois de 6 anos durmindo numa câmara de conservação, dentro de uma nave, que vai mandá-lo pro tal planeta, chamado Pandora. Lá dentro, o exército não passa de um bando de mercenários, que vão fazer o trabalho sujo por um mineral que deve ser extraído pra gerar energia na Terra.
 O soldado, por intermédio de um híbrido criado a partir do DNA de humanos e dos Na'vi (os nativos), acaba conhecendo e se apaixonando por uma Na'vi. Com ela, ele aprende seus costumes, sua lingua, e a respeitar tudo que vem da natureza. Eles sabem que eles vem dela, e que se ela acabar, eles também acabam.
 É incrível como a gente é insano. Como a gente é inteligente e insano. É incrível o que a gente faz por um simples pedaço de qualquer coisa, seja por papel ou seja por metal, seja uma cédula ou uma moeda, seja lá quais forem os nossos valores, nós os perdemos totalmente por coisas tão pequenas. Nós tiramos vida, por uma coisa tão pequena.
O pedacinho insignificante de Pandora.

 Não tem como eu falar completamente o que eu sinto sobre esse filme. Eu senti a agonia deles, o desespero, eu senti a alegria, eu senti a fé, eu senti o filme.

 E tenho dito,

 Lipe.

  P.S.: O único filme que me fez chorar. Quatro vezes.

 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Tempo

Diz-se que o tempo pára quando a gente aproveita. Por isso tudo o que é bom dura pouco. A gente simplesmente não passou.
Diz-se que o tempo é relativo, portanto ele só passa pra quem quer vê-lo passar. Antes fosse...
Diz-se que o tempo mata, mas eu discordo. O tempo passa. Nós é que morremos.
Diz-se que o tempo nada mais é do que uma fantasia que criamos. Pode ser.
Diz-se que o tempo só foi criado pra sermos mais organizados. Bem, então ele nos foi util e inutil ao mesmo tempo.
 Útil pois podemos marcar compromissos, cronometrar processos, limitar alguma coisa.
 Inútil, pois ele cria a impressão (ou ilusão) de que estamos velhos, inúteis, enrugados, acabados, ultrapassados.
 O tempo não nos faz viver o momento, não nos faz rever o passado, nem presente, nem futuro. O tempo não nos cria, o tempo não nos alimenta, não nos faz andar. O tempo é realmente uma ilusão. Ele não nos envolve, ele não nos cerca. Ele não está dentro da gente. Nós não somos ninguém para controlá-lo.
 Mas houve uma era em que ele não existia. Simplesmente não existia. Talvez o sol nascia, se punha, e o mesmo com a lua, e sempre era o mesmo dia.

 Belos tempos aqueles, imagino eu. Belos como uma praia limpa, ou um vento suave, que balança os cabelos da garota que nos faz sonhar.

P.S.: É aqui que eu termino.