quinta-feira, 24 de junho de 2010

Fábrica de Horrores

   Sabemos que a humanidade, desde o começo, não passa de uma classificação para um bando animais, e a sociedade a qual pertencemos é um zoológico disfarçado. No fundo, sabemos que nosso instinto é o que governa nossas ações, e a razão de nossas reações.
   Hoje em dia nos comportamos como superiores por termos o dom da consciência. Na verdade, tal dádiva não passa de uma maldição. Ela nos interrompe em momentos de medo extremo, junto com o instinto, nos impedindo de seguir em frente e evoluir. Mas afinal, se somos um bando de animais, nossa única missão nessa terra é sobreviver e multiplicar.
   E nessa de multiplicar, a beleza é muito mais fundamental que qualquer outro aspecto psicológico ou sentimental, é um fator físico hiper influente. Faz parte do que nos somos escolher o melhor, e o melhor é o que nos é imposto pela sociedade, por sermos seres sociais. Não há beleza relativa, e a perfeição é pré-definida, enquanto nascemos e crescemos em meio a esse conceito.
  E viramos seres frustrados por muitas vezes não nos encaixarmos nos padrões sociais necessários para obtermos o título de perfeição, ou por não conseguirmos alguém que possa ser assim.
   Então, a sociedade descobriu na medicina a arte da cirurgia plástica, e foi a partir daí que se tornou uma fábrica de Barbies inexpressivas e Kens sorridentes, e todo tipo de idealização estética.
   Concluímos em meio a isso tudo que os padrões são necessários para haver uma sociedade de incluídos e excluídos, de privilegiados. Imperfeições não são aceitas na sociedade superficialmente idealizada, e isso é um fato comprovado, seja ele aceito ou não. Contudo, o que nos faz gostar de uma pessoa pode não ser um fator físico, mas a massa está longe de ver tal conceito, considerando a alienação à qual ela se encontra.

E tenho dito,
  Lipe.